segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ultra Maratona Atlântica

Não morri na praia ..

" Prova única em Portugal e na Europa, com 43 km de extensão e corrida na areia da praia, a Ultra Maratona Atlântica Melides –Tróia, considerada de elite pela exigência que implica, é de novo apadrinhada pelo atleta olímpico Carlos Lopes, que acompanhará a prova ao longo de todo o percurso. "

Pois bem conclui a ultra maratona atlântica e deixem me dizer que foi a prova mais dura que fiz até hoje, a gestão física é muito grande durante os 43 km e só quem passa por esta prova sabe também o desgaste psicológico que vamos tendo quilómetro a quilómetro, é de loucos.
A pré-preparação para esta prova não foi a melhor para mim, visto que tenho estado de férias e claro tenho "esquecido" os treinos intensos para curtir um pouco mais com os meus amigos (o que faz falta), e senti a falta de ritmo.

Uma grande vantagem que senti logo pela manhã ao acordar foi o tempo que estava ameno, iria ser uma grande ajuda, correr na praia com altas temperaturas iria desgastar muito mais. Mas assim que chego a praia para levantar o dorsal e sinto o sol a torrar a pele e vejo uma costa vicentina enorme sem fim a vista e a pensar que naquele infinito era o fim... até me doeu as pernas no momento aha.


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Começo a prova com um nível baixo como forma de gestão, os primeiros 10 km foram duríssimos, para terem noção em média faço 10 km - 42 minutos, eu passei a bandeirola dos 5.5 km - 47 minutos !! que desgaste.
Mas a partir do km 14 parece que me deu a energia e tive ali um período de 15 km com muita força.
A areia mata sem duvida..
Nada servia de distracção para os km passarem, nem música, nem a paisagem magnifica, nem os outros participantes e de km em km alguns participantes a tombarem até fazia impressão. Aproveito e deixo os parabéns à organização, moto 4 em tudo o que era sitio, polícia marítima, enfermeiros, médicos, jipes, senti que nunca iria ter falta de apoio caso tombasse também.

Areia e mais areia era o que via, lá aparecia zonas onde estavam pessoas na praia e a sensação de passar e sentir tudo a aplaudir é única, todos se apercebiam do que ali se passava, era um ânimo que se ganhava para seguir em frente.
O primeiro e único abastecimento foi ao km 28, aproveitei para mais um xixi e tirar as gramas de areia que tinha dentro das sapatilhas, é verdade tive que gerir também muito bem a água que levava na mochila e a alimentação. A partir daqui já só era o psicológico a trabalhar cada km parecia o triplo, depois do km 35 então parecia que não tinha fim, as pernas sem força, as dores na coluna a pele torrada (só gostava que vissem as minhas pernas), loucura. 
Final, com menos 3 quilos

Mas lá cheguei a meta com 06H20 de prova, sendo o objectivo chegar ao fim creio que estive bastante bem.

É muito bom a sensação de chegar ao fim numa prova desta exigência, claro que passa pela cabeça dezenas de pensamentos negativos e vontade de ficar por ali, mas é nestes momentos que se vê os resistentes :p.

Parabéns aos 397 atletas que terminaram e aos 100 que ficaram pelo caminho desejo melhoras rápidas. Agora fica o bichinho de treinar mais em areia e quem sabe fazer a maratona do Sahara daqui a uns aninhos aha.

Bons treinos
Carlos Costa

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